O sonho de uma mulher…

Este texto é um dos meus favoritos, porque me vejo nele como a terceira mulher (sem a menor pretensão) mas, pela forma com a qual muitas vezes fui tratada pelo Mestre! declaro em nome de Jesus, que desejo aprender amá-lo cada dia mais!

verdade cristã

lirioEu, o SENHOR, a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei. (Isaías 27:3)

Uma mulher sonhou com três mulheres que oravam…

Enquanto estava orando, o senhor chegou-se a elas. Ao aproximar-se da primeira inclinou-se para ela, e sorrindo com amor, falou-lhe com suave voz. Dirigiu-se a segunda, todavia só pôs a mão sobre sua cabeça curvada, dando-lhe um olhar de aprovação. Pela terceira mulher, Jesus passou quase que abruptamente, sem se deter ou proferir uma palavra ou sequer dirigir-lhe o olhar.

A mulher no seu sonho pensou consigo mesma; como Deus deve amar esta primeira mulher! A segunda; deu-lhe sua aprovação, mas quanto a terceira; nenhuma demonstração de amor como deu a primeira, a terceira mulher deve tê-lo entristecido muito! pois o senhor nem dirigiu-lhe a palavra, nem sequer um simples olhar! Que teria feito esta mulher? e porque motivo Deus…

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Pessoa estranha?!

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Um cristão verdadeiro é uma pessoa estranha em todos os sentidos. Ele sente um amor supremo por alguém que ele nunca viu; conversa familiarmente todos os dias com alguém que não pode ver; espera ir para o céu pelos méritos de outro; esvazia-se para que possa estar cheio; admite estar errado para que posa ser declarado certo; desce para que possa ir para o alto; é mais forte quando ele é mais fraco; é mais rico quando é mais pobre; mais feliz quando se sente o pior. Ele morre para que possa viver; renuncia para que possa ter; doa para que possa manter; vê o invisível, ouve o inaudível e conhece o que excede todo o entendimento.

A.W Tozer

Entrega…

balsa

“E, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, Aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com unguento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa.

E os seus discípulos, vendo isto, indignaram-se, dizendo: Por que é este desperdício?
Pois este ungüento podia vender-se por grande preço, e dar-se o dinheiro aos pobres.
Jesus, porém, conhecendo isto, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo. Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre. Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado em todo o mundo, também será referido o que ela fez, para memória sua.” Mateus 26:6-13

Que palavra!

O que esta mulher fez, comoveu o coração do Senhor de tal forma, que ele fez questão de dizer que onde o evangelho fosse pregado se faria menção deste ato, quanto a ela? imagino que não teve a menor pretensão de ser tão reconhecida.

Ela simplesmente entrou, sem pedir licença e tampouco perguntou se poderia fazê-lo, apenas o fez! ela estava determinada a entregar o seu melhor, e não permitiu que nada a impedisse. note que, em Marcos 14:05 esta escrito que enquanto ela derramava o nardo sobre o Senhor “bramavam contra ela” principalmente Judas Iscariotes, alegando que era desperdício derramar algo tão valioso sobre Jesus.

Há tanto para se aprender através desta linda história de amor, que sinceramente não sei nem por onde começar… não pretendo fazer uma exegese abrangente do texto, mas não posso deixar de dizer, que tal atitude foi de singular importância tanto para nosso Senhor, como para nós! pois o Senhor Jesus se sentiu honrado e amado por ela, e isso o agradou imensamente, o que nos traz a memória, do quanto devemos ao Mestre!

Diante de tal cenário, quem somos? 

Quantas vezes contabilizamos nosso tempo de oração, de trabalho na obra, e consagração? respondo por mim: sou uma vergonha perto dela!

Quantas vezes achamos que o Mestre tem recebido demais de nós? agindo como os discípulos, que enquanto ela derramava seu amor em gotas de nardo, coxeavam dizendo que tal atitude era um verdadeiro desperdício!?

Quantas vezes camuflamos nossas reais intenções para justificar nossas argumentações mesquinhas? como Judas que dizia que, ao invés disso, ela poderia ter vendido o nardo e distribuído o dinheiro os pobres…

Quantas vezes julgamos o irmão (ã) ao lado, presumindo que o que ele faz é vão ou tolo? enquanto o Mestre olha para nós e diz: “Porque afligis esta mulher? pois praticou uma boa ação para comigo. Mt.26:10

Diante desta palavra eu me sinto muito envergonhada, pois tenho reclamado com Deus, acerca do que Ele me pede, acerca do que tenho tido que abrir mão para servi-lo, acerca do caminho estreito da santificação…. da via dolorosa, da renúncia, da cruz… e por mais que eu deseje servi-lo de todo meu coração e abrir mão dos meus planos, sempre me pego guerreando entre; entregar ou não entregar? lutar ou desistir? sofrer por Cristo ou satisfazer as concupiscências? vencer a batalha ou arregar? que luta travada! e o que é pior, comigo mesma!

Sabe qual é a parte boa desta luta? a Palavra e suas promessas:

” Dá força ao cansado, e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor. Isaías 40:29

Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido pela inquietação do meu coração. Salmos 38:8

Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito. Salmos 34:18

Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte. 2 Coríntios 12:10

Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo. Isaías 41:13

Pra terminar, gostaria de deixar registrado também, a palavra que me lembrei quando ainda meditava neste texto de Maria. sempre me lembro desta palavra, que esta em 1Crônicas 21:22, quando Davi avistou o campo de Ornã e sentiu desejo de ali edificar um altar ao Senhor, então pediu a Ornã que vendesse para ele, e Ornã respondeu que poderia ficar com ele, não precisava pagar pelo campo, Ornã disse: “Toma-o para ti, e faça o rei meu senhor dele o que parecer bem aos seus olhos; eis que dou os bois para holocaustos, e os trilhos para lenha, e o trigo para oferta de alimentos; tudo dou. 1 Crônicas 21:23

PS: Eu no lugar de Davi ficaria muito feliz e mais que depressa agradeceria por toda dádiva, mas Davi amava a Deus com nobreza, sabe o que ele respondeu???

“E disse o rei Davi a Ornã: Não, antes, pelo seu valor, a quero comprar; porque não tomarei o que é teu, para o Senhor, para que não ofereça holocausto sem custo.” 1 Crônicas 21:24

Em outras palavras: Não! pois não oferecerei ao meu Deus aquilo que não me custou nada!

Não é vergonhoso para nós esta palavra? bem, a mim é.

Meu desejo é que este Deus maravilhoso que começou a boa obra em minha vida e é fiel para terminar, possa me dar um coração como o de Davi e Maria, para que eu aprenda a servi-lo da forma como Ele merece, pois Ele é digno!!!

PS: A música abaixo, sugiro que feche os olhos e ouça!

GRAÇA QUE CLAMA DO DESERTO

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“Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei…”

(Oséias 2:8-23)

“Ela, pois, não reconhece que eu lhe dei…” A perfeita ilustração da visão do pecador. Eles não reconhecem a Graça, o favor imerecido. “O grão, o mosto e o azeite”, a palavra, o perdão e o Espírito não são cridos, mas rejeitados. Porventura há terra mais árida que os campos de Israel? Entretanto, ali mesmo houve colheita. Ainda há vida no mundo, pelo mesmo motivo que ainda há colheita em Israel: “…Eu lhe dei…”, diz o Senhor. Entretanto, as dádivas da Graça são dadas aos ídolos. O ouro e a prata são para Baal. A Glória e a Redenção estão na religião, na filosofia, nos homens. Cessam a fertilidade dos campos, a lã que já não cobre a nudez (Gênesis 3:21), o gozo e a alegria pelas coisas criadas para os homens (“As suas festas, as suas luas novas…”). O pecador, então, se encontra no único lugar em que percebe a Luz da Salvação brilhar, no deserto. Onde todas as coisas criadas são tiradas, onde dá-se ouvidos ao Espírito que fala aos seus corações. Quem se endureceria estando desgraçado, miserável, pobre, cego e nu? Talvez a euforia das “suas festas” encobriu o ouvido e o coração daqueles homens para o chamado do arrependimento. Certamente, não é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus que os filhos de Israel fossem entregues aos inimigos e às feras. Saem as coisas criadas, e dá-se lugar ao Criador. Pode-se dizer como Davi (Salmo 51:12), e sentir a alegria ao ouvir a voz de Deus os chamar desde o deserto. Ali canta-se como nos dias da mocidade, como se não houvessem os pecados dos dias posteriores; pois ali o Senhor os tira da escravidão para a Sua Libertação. Ali mesmo será chamado de Marido, e se fará uma noiva fiel, não mais uma viúva do mundo. Dos dias da desobediência não falarão, e os antigos maridos chamados “Pecado” e “Iniquidade” não terão seus nomes lembrados. Haverá paz e conforto no leito de descanso, pois as marcas de ontem não despertam no dia seguinte. Tomarão as virtudes do Senhor da Graça, como noiva adornada de vestes brancas de Justiça e Misericórdia. Naqueles dias os céus voltarão a derramar suas dádivas à voz do Senhor, e voltará a abundar em palavra, perdão e Espírito. Então, com a mesma graça que faz com que a terra seca abunde em colheita, assim também chamará de Seu povo aquele que o traiu e será, então, amado como Único
Deus! Visto que esse povo viveu em abundância, mas só depois de passar pelo deserto voltou a conhecer e a encontrar o Senhor Teu Deus.
Seja a nossa oração: “Senhor, leva-me ao ermo, local onde Tu fala e é ouvido. Abstenha-me das Tuas provisões até que eu me encontre tão somente em Ti! Amém.”

Escrito por Renato Morais

Paciência é…

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Descansa no Senhor e espera nele. (Salmos 37.7)

Dar-se-á o caso de que você tenha orado, esperado longamente no Senhor, sem que haja nenhuma manifestação? Você está cansado de ver tudo sempre igual? Está a ponto de desistir? É possível que você esteja esperando de maneira errada. E isso o impede de estar no lugar certo (o lugar secreto da oração)  onde Ele pode encontrar-Se com você. “Com paciência o esperamos” (Rm 8.25). A paciência afasta a ansiedade. Ele disse que viria, e Sua promessa é igual à Sua presença. A paciência afasta o pranto. Por que nos sentirmos tristes e desanimados? Ele conhece a nossa necessidade melhor do que nós mesmos, e Seu propósito na espera é trazer mais glória, de toda a situação. A paciência afasta as nossas obras. A obra que Ele deseja de nós é que creiamos (Jo 6.29). Quando cremos, sabemos que tudo está bem. A paciência afasta o querer imperioso. Muitas vezes desejamos mais alcançar o nosso objetivo do que ver realizada a vontade de Deus naquele assunto. A paciência afasta o enfraquecimento. Em vez de tomarmos a demora como desculpa para desistir, saibamos que Deus está preparando um suprimento maior para nós, e está nos preparando para recebê-lo. A paciência afasta a vacilação. Os fundamentos de Deus são firmes; e quando a paciência dEle está em nós, ficamos firmes enquanto esperamos. A paciência produz adoração. A paciência que se manifesta em louvor, e que expressa alegria na longanimidade (Cl 1.11), é a melhor bênção que temos na espera. E enquanto esperamos, tenha “a paciência a sua obra perfeita” (Tg 1.4), e assim acharemos grande enriquecimento.

 

Dev. Leittie Cowman

 

Não Esqueças dos Benefícios de Deus

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“E não te esqueças de nenhum só de Seus benefícios” (Salmos 103:2)

É muito benéfico e proveitoso ver a mão de Deus na vida dos santos do passado, e observar Sua bondade em livrá-los, Sua misericórdia em perdoá-los, e Sua fidelidade em manter Sua aliança com eles. Mas, não seria bem mais interessante e benéfico para nós mesmos, observar as mãos de Deus em nossa própria vida?Não nos convém, pelo menos, considerar nossa própria história como sendo tão repleta de Deus, tão cheia de Sua bondade e de Sua verdade, como mais uma prova de Sua fidelidade e veracidade, quanto as vidas dos santos que viveram antes de nós? Cometemos uma injustiça com Deus quando supomos que Ele operou todos os Seus poderosos feitos e Se mostrou forte para com aqueles dos tempos antigos, mas não realiza maravilhas ou dispõe Seu braço pelos santos que agora estão na terra. Vamos rever nossas próprias vidas. Assim, certamente, poderemos descobrir fatos alegres, reanimando-nos e glorificando a nosso Deus.Você nunca teve nenhuma libertação.
Nunca atravessou os rios amparado pela presença divina? Nunca passou pelo fogo sem se queimar? Nunca teve nenhuma manifestação do poder divino? Nunca recebeu um raro favor? O Deus que concedeu a Salomão o desejo de seu coração, nunca ouviu e atendeu suas petições? Aquele Deus transbordante de bondade, de quem Davi cantou: “Aquele que farta de bens a tua velhice” (Sl. 103:5a), nunca te saciou com fartura? Você nunca repousou em pastos verdejantes? Nunca foi levado para junto das águas de descanso? Certamente a bondade de Deus é a mesma para nós como o foi para os santos do passado. Vamos, então, compor uma canção com Suas misericórdias. Vamos levar o fino ouro da gratidão, e as jóias do louvor e introduzi-los numa coroa para a cabeça de Jesus. Deixemos nossas almas exalar melodias tão doces e tão alegres quanto as que vieram da harpa de Davi, enquanto louvamos ao Senhor, cuja misericórdia dura para sempre…

Fonte: Morning and Evening por Charles Haddon Spurgeon.

“E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam.”  Isaías 58:11

Amado da minha alma!

“Ó amado da minha alma” (Cantares 1:7)

É muito bom ser capaz de dizer do Senhor Jesus, sem nenhum “se” ou “mas”,Ó amado de minha alma”. Muitos podem apenas dizer de Jesus que esperam amá-Lo; que acreditam que O amam; mas só quem tem uma experiência pobre e superficial ficará contente em parar por aqui. Ninguém ouse dar qualquer descanso a seu espírito até que se sinta totalmente seguro quanto a esse assunto de vital importância. Não ousemos ficar satisfeitos com uma esperança superficial do amor de Jesus e com uma mera confiança de que O amamos.

Em geral, os santos do passado não falavam com esses “mas”, “se”, “espero”, “acho”,mas falavam com simplicidade e segurança. “Eu sei em quem tenho crido”, disse Paulo. “Eu sei que meu Redentor vive”, disse Jó. Tenha absoluta certeza de seu amor por Jesus e não se dê por satisfeito até poder falar de seu interesse por Ele como uma realidade, na qual esteja seguro de ter recebido em sua alma, pela fé, o testemunho e o selo do Espírito Santo. Amor verdadeiro por Jesus é, em todos os sentidos, obra do Espírito Santo, e deve ser trabalhado no coração por Ele. Ele é o agente eficaz mas, a razão lógica pela qual amamos Jesus repousa em Si mesmo.

Por que amamos Jesus? Porque Ele nos amou primeiro Por que O amamos? Porque Ele deu a Si mesmo por nós. Nós temos vida através da Sua morte; temos paz através de Seu sangue. Apesar de ser rico, Se fez pobre por amor de nós. Por que O amamos? Por causa da excelência da Sua pessoa. Somos fartos com o senso de Sua beleza! com a admiração de Seus encantos! com a consciência de Sua infinita perfeição! Sua grandeza, Sua bondade e Seu amor, raios resplandecentes combinam para encantar a alma até que ela fique tão arrebatada que exclame: “sim, Ele é totalmente desejável” (Ct.. 5:16) . Abençoado amor! Amor que ata o coração com cadeias mais macias que a seda e ainda mais fortes que o diamante.

Charles H. Spurgeon

Casamento espiritual

couple

“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula…” (Hebreus 13:04)

“Se é verdadeiro de uma maneira geral que ‘O que acha uma esposa acha o bem e alcançou a benevolência do SENHOR’, quanto mais no caso dos ministros que são encorajados e auxiliados por suas parceiras na vida. Os membros das igrejas cristãs pouco sabem o quanto eles devem às esposas de seus pastores…” Charles Ray, autor da biografia de Spurgeon.

Você provavelmente não precisa de muita introdução a respeito de Charles Spurgeon, um pastor inglês batista do século 19 que continua sendo influente no meio cristão até hoje e que recebeu o apelido de “ Príncipe dos Pregadores.” É difícil sumarizar como foi a vida de um homem como esse.

– Ele tanto foi convertido quanto começou a pregar ainda adolescente.

– Ele era o pastor da congregação New Park Street Chapel (posteriormente chamada de Metropolitan Tabernacle) em Londres por 38 anos.

Mas a esposa de Spurgeon, Susannah, é menos conhecida.

Eu gostaria de começar dando a vocês um breve histórico da vida em comum deles, e depois vou preenchendo as lacunas à medida que damos uma olhada com mais atenção em diversas áreas do casamento, pois existem lições a serem aprendidas…

Uma Breve Biografia Do Casamento Deles

Em um certo domingo em Dezembro de 1853, Charles Haddon Spurgeon, que na época tinha apenas 19 anos, estava pregando na New Park Street Chapel em Londres . Susannah Thompson não tinha comparecido ao culto da manhã, mas ouviu falar muito bem dos seus amigos sobre o pregador. Para agradá-los e por curiosidade, ela aceitou assistir ao culto vespertino. Na verdade, ela não ficou muito impressionada com o Pastor Spurgeon, achando que ele parecia um pouco fora de moda com seus cabelos longos e mal cortados, seu enorme terno preto de cetim e um lenço azul e branco. Ela comentou, “então essa é a sua famosa eloquência! Não me impressiona. Que maneiras rústicas! Será que ele algum dia vai parar de brincar com esse horrível lenço azul de seda? E o cabelo dele!…” Porém, mais tarde, eis o que ela disse sobre esse dia:

“Eu considerei comigo mesma quão pouco meus olhos contemplaram a ele que viria a ser o amado da minha vida; Quão pouco eu sonhei sobre a honra que Deus estava preparando para mim no futuro próximo! É apenas por misericórdia que nossas vidas não são deixadas para nós mesmos planejarmos, mas que o nosso Pai escolhe para nós; do contrário nós poderíamos virar as costas para as maiores bênçãos, e afastar de nós os melhores e mais amorosos dons da Sua providência… Oh, como meu coração é vão e tolo! Eu não tive uma mente suficientemente espiritual para compreender sua sincera apresentação do Evangelho e seu poderoso apelo aos pecadores.”

Spurgeon eventualmente aceitou o pastorado dessa Igreja, e Susannah o encontrou novamente. Porém nenhum dos dois lembrava-se com detalhes da primeira vez que se viram. Aparentemente Susannah logo superou seus preconceitos e frequentemente ouvia as pregações de Spurgeon. Não foi muito depois dos seus fervorosos chamados ao arrependimento que ela despertou, e atentou para o fato de que o seu próprio estado espiritual estava longe de ser o que deveria. Ela já havia se convertido antes disso, mas então ela percebeu quão relaxada ela havia se tornado. O Senhor Spurgeon deu a ela uma cópia do Peregrino para ajudá-la e também a aconselhou espiritualmente. Ela disse: “eu disse a ele do meu estado diante de Deus e ele gentilmente me guiou, pelas suas pregações, conversas, pelo poder do Espirito Santo para a Cruz de Cristo, para a paz e perdão que a minha alma tanto buscava.” A amizade entre Spurgeon e Susannah cresceu e eventualmente, em Junho de 1854, Charles lhe revelou os seus sentimentos. Em menos de dois meses ele a pediu em casamento. Eles se casaram em Janeiro de 1856 e quase no fim daquele ano vieram os gêmeos. Eles seriam os únicos filhos de Spurgeon.

Logo após o nascimento dos meninos, um dos eventos mais traumáticos do casamento deles ocorreu. Num certo domingo à noite, enquanto a Senhora Spurgeon estava em casa com as crianças, Chales saiu para pregar num casa lotada no Salão de Música. Durante o sermão, alguém gritou, ”Fogo!”. No pânico e tumulto que se seguiu, várias pessoas foram mortas. Spurgeon estava tão emocionalmente devastado com esse evento que ele ficou sem condições de pregar por um tempo. Para piorar, isso trouxe um criticismo público a Spurgeon. Ele selecionou comentários e críticas dos jornais, algo que continuou fazendo durante sua carreira. A família foi embora por um tempo até que ele se recuperasse e conseguisse voltar ao trabalho. Esse evento teve um impacto por toda a vida em Spurgeon.

Os primeiros anos de suas vidas juntos foram felizes e relativamente livres de preocupações. Susannah alegremente passava seu tempo ao lado de seu marido, o acompanhando em muitas de suas viagens para pregar. Mas após 10 anos de casamento, a senhora Spurgeon ficou cronicamente doente e acamada por boa parte do tempo. Ela estava frequentemente tão doente que não conseguia sair de casa para ouvi-lo pregar. Ela fez o melhor que pôde para encorajá-lo e suportá-lo em seu ministério apesar de sua fraqueza, e seguiu adiante criando seus filhos como uma esposa piedosa. Os dois meninos professaram conversão ainda jovens rapazes e foram batizados por seu pai na Igreja Metropolitana Tabernáculo em 1874. Esse comentário de Spugeon é certamente o sentimento de muitos de vocês, que tiveram o privilégio de ver seus filhos serem convertidos: “Nós não tivemos nem a metade da alegria com o nascimento deles quando comparamos com a alegria que tivemos com o novo nascimento deles.”

É impressionante pensar na carga de trabalho que Spurgeon tinha. Uma semana comum para ele incluía escrever, pregar e publicar um sermão semanal; tomar conta de um orfanato, um seminário para pastores, uma casa de misericórdia, nos quais ele estava envolvido em fundar; ler e responder a aproximadamente 500 cartas, e pregar até umas 10 vezes em igrejas que ele ajudou a plantar.

Lições da vida conjunta deles:

Existia um importante aspecto espiritual no relacionamento deles, isso era como um refrão constante na vida deles. É importante ressaltar esse aspecto antes dos demais pontos porque é a verdadeira explicação para eles conseguirem fazer tanto pelo Senhor mantendo o foco em comum.

Logo no período de corte, Charles e Susannah desenvolveram um desejo pelas coisas espirituais, e isso apenas se aprofundou durante a vida deles juntos. Esse desejo espiritual é evidente, por exemplo, no que Spurgeon escreveu para Susannah antes do casamento: “Querida, comprada pelo sangue do Salvador, você é para mim um presente Dele, e meu coração está transbordante com o pensamento de contínua bondade… o que quer que sobrevenha a nós, problemas ou adversidades, doença ou morte, nós não precisaremos temer uma separação final, seja um do outro, seja do nosso Deus.” É claro pelo escrito que Charles via o relacionamento deles como algo muito mais profundo do que uma simples conexão de sentimentos. Mesmo quando nós desconsideramos um pouco da linguagem Vitoriana romântica comum à época, é notório que Charles via Susannah como um presente de Deus para ele.

Ele procurava ver o relacionamento deles como algo firmado no passado, no sacrifício de Cristo na cruz, e que durasse muito além dessa vida. Susannah certamente contribuiu para esse foco no aspecto espiritual. Enquanto preparava capítulos para a sua autobiografia após a morte dele, ela dizia: “eu estou contemplando e aguardando para ver o meu amado novamente – não como ele era quarenta anos atrás ou até mesmo sete anos atrás, mas como ele será quando eu for chamada para me unir a ele novamente… então eu estou aguardando ansiosa por essa bendita esperança, a gloriosa volta do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo.”

Existia uma vulnerabilidade espiritual entre os Spurgeons. Mesmo antes do casamento, Charles escreveu isto para sua futura esposa: “Eu temo não ser tão cheio de amor a Deus como eu costumava ser. Eu lamento meu triste declínio em coisas espirituais. Você e outros podem não ter observado, mas eu agora estou consciente disso… eu te peço, junte as suas orações com as minhas.” Orar um pelo outro era algo muito importante para eles.

Havia outras evidências tangíveis dessa espiritualidade. Eles gastavam tempo lendo juntos: autores como Jonathan Edwards, Richard Baxter, e outros antigos autores Puritanos. Eles até mesmo publicaram uma coleção de Teologia Puritana juntos. Desde o início, o amor espiritual deles era o elo que fortalecia o amor terreno deles. Charles escreveu para Susannah pouco antes de falecer: “seu amor por mim não é um produto apenas da natureza, mas tem sido tão santificado pela graça que tem se tornado uma bênção espiritual para mim.”

Esse profundo tom espiritual do casamento deles é evidenciado de várias formas. Tanto os desafios como os sucessos que aguardavam por eles dificilmente seriam alcançados se a conexão entre eles fosse simplesmente pragmática ou apenas emocional. Como veremos repetidamente em diversos aspectos mais adiante, eles eram centrados em Deus antes de serem centrados neles mesmos, e isso deu a eles uma grande estabilidade espiritual.

(Esse artigo é parte de uma palestra ministrada pelo Dr. Gerald Bilkes.)

Reflexão:

Você já ponderou a idéia de que o casamento pode ser mais espiritual do que você imagina? já pensou no que Deus pode fazer em sua vida sentimental, se vc simplesmente deixá-lo no centro desta questão? abandone suas aspirações carnais, e mergulhe no propósito de convidar JESUS para dirigir cada passo que você der em direção ao matrimônio.

Amaralina Penloski

**2013** Sem perdão não existe amanhã…

perdão“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (1João 1:09)

Alguém já disse que a família é o lugar dos maiores amores e dos maiores ódios. Compreensível: quem mais tem capacidade de amar, mais tem capacidade de ferir. A mão que afaga é aquela de quem ninguém se protege, e quando agride, causa dores na alma, pois toca o ponto mais profundo de nossas estruturas afetivas. Isso vale não apenas para a família; pais e filhos, mas também para as relações de amizade e parceria conjugal, por exemplo.

Observo que poucos sofrimentos se comparam às dores próprias de relacionamentos afetivos feridos pela maldade e crueldade consciente ou inconsciente. Os males causados pelas pessoas que amamos e acreditamos que também nos amam são quase insuperáveis. O sofrimento resultado das fatalidades são acolhidos como vindos de forças cegas, aleatórias e inevitáveis. Mas a traição do cônjuge, a opressão dos pais, a ingratidão dos filhos, a rixa entre irmãos, a incompreensão do amigo, nos chegam dos lugares menos esperados: justamente no ninho onde deveríamos estar protegidos se esconde a peçonha letal.

Poucas são minhas conclusões, mas enxerguei pelo menos três aspectos dessa infeliz realidade das dores do amar e ser amado. Primeiro, percebo que a consciência da mágoa e do ressentimento nos chega inesperada, de súbito, como que vindo pronta, completa, de algum lugar. Mas quando chega nos permite enxergar uma longa história de conflitos, mal entendidos, agressões veladas, palavras e comentários infelizes, atos e atitudes danosos, que foram minando a alegria da convivência, criando ambientes de estranhamento e tensões, e promovendo distâncias abissais.

Quando nos percebemos longe das pessoas que amamos é que nos damos conta dos passos necessários para que a trilha do ressentimento fosse percorrida: um passo de cada vez, muitos deles pequenos, que na ocasião foram considerados irrelevantes, mas somados explicam as feridas profundas dos corações.

Outro aspecto das dores do amar e ser amado está no paradoxo das razões de cada uma das partes. Acostumados a pensar em termos da lógica cartesiana: 1 + 1 = 2 e B vem depois de A e antes de C, nos esquecemos que a vida não se encaixa nos padrões de causa e efeito do mundo das ciências exatas. Pessoas não são máquinas, emoções e sentimentos não são números, relacionamentos não são engrenagens.
É ingenuidade acreditar que as relações afetivas podem ser enquadradas na simplicidade dos conceitos certo e errado, verdade e mentira, preto e branco. A vida é zona cinzenta, pessoas podem estar certas e erradas ao mesmo tempo, cada uma com sua razão, e a verdade de um pode ser a mentira do outro. Os sábios ensinam que “todo ponto de vista é a vista de um ponto”, e considerando que cada pessoa tem seu ponto, as cores de cada vista serão sempre ou quase sempre diferentes. Isso me leva ao terceiro aspecto.

Justamente porque as feridas dos corações resultam de uma longa história, lida de maneiras diferentes pelas pessoas envolvidas, o exercício de passar a limpo cada passo da jornada me parece inadequado para a reconciliação. Voltar no tempo para identificar os momentos cruciais da caminhada, o que é importante para um e para outro, fazer a análise das razões de cada um, buscar acordo ponto por ponto não me parece ser a melhor estratégia para a reaproximação dos corações e cura das almas.

Estou ciente das propostas terapêuticas, especialmente aquelas que sugerem a necessidade de re–significar a história e seus momentos específicos: voltar nos eventos traumáticos e dar a eles novos sentidos. Creio também na cura pela fala. Admito que a tomada de consciência e a possibilidade de uma nova consciência produzem libertações, ou, no mínimo, alívios, que de outra maneira dificilmente nos seriam possíveis. Mas por outro lado posso testemunhar quantas vezes já assisti esse filme, e o final não foi nada feliz. Minha conclusão é simples (espero que não simplória) o que faz a diferença para a experiência do perdão não é a qualidade do processo de fazer acordos a respeito dos fatos que determinaram o distanciamento, mas a atitude dos corações que buscam a reaproximação. Em outras palavras, uma coisa é olhar para o passado com a cabeça, cada um buscando convencer o outro de sua razão, e bem diferente é olhar para o outro com o coração amoroso, com o desejo verdadeiro do abraço perdido, independentemente de quem tem ou deixa de ter razão.

Abraços criam espaço para acordos, mas a tentativa de celebrar acordos nem sempre termina em abraços.

Essa foi a experiência entre José e seus irmãos. Depois de longos anos de afastamento e uma triste história de competições explícitas, preferências de pai e mãe, agressões, traições e abandonos, voltam a se encontrar no Egito: a vítima em posição de poder contra seus agressores. José está diante de um dilema: fazer justiça ou abraçar. Deseja abraçar, mas não consegue deixar o passado para trás. Enquanto fala com seus irmãos sai para chorar, e seu desespero é tal que todos no palácio escutam seu pranto. Mas ao final se rende: primeiro abraça e depois discute o passado. Essa é a ordem certa.
Primeiro, porque os abraços revelam a atitude dos corações, mais preocupados em se (re)aproximar do que em fazer valer seus direitos e razões. Depois, porque, no colo do abraço o passado perde força e as possibilidades de alegrias no futuro da convivência restaurada esvaziam a importância das tristezas desse passado funesto.

Quando as pessoas decidem colocar suas mágoas sobre a mesa, devem saber que manuseiam nitroglicerina pura. As palavras explodem com muita facilidade, e podem causar mais destruição do que promover restauração. Não são poucos os que se atrevem a resolver conflitos, e no processo criam outros ainda maiores, aprofundam as feridas que tentavam curar, ou mesmo ferem novamente o que estava cicatrizado. Tudo depende do coração. O encontro é ao redor de pessoas ou de problemas? A intenção é a reconciliação entre as pessoas ou a busca de soluções para os problemas? Por exemplo, quando percebo que sua dívida para comigo afastou você de mim, vou ao seu encontro em busca do pagamento da dívida ou da reaproximação afetiva? Nem sempre as duas coisas são possíveis. Infelizmente, minha experiência mostra que a maioria das pessoas prefere o ressarcimento da dívida em detrimento do abraço, o que fatalmente resulta em morte: as pessoas morrem umas para as outras e, consequentemente, as relações morrem também. A razão é óbvia: dívidas de amor são impagáveis, e somente o perdão abre os horizontes para o futuro da comunhão. Ficar analisando o caderno onde as dívidas estão anotadas e discutindo o que é justo e injusto, quem prejudicou quem e quando, pode resultar em alguma reparação de justiça, mas isso é inútil – dívidas de amor são impagáveis.

Mas o perdão tem o dia seguinte. Os que recebem perdão e abraços cuidam para não mais ferir o outro. Ainda que desobrigados pelo perdão, farão todo o possível para reparar os danos do caminho. Mas já não buscam justiça. Buscam comunhão. Já não o fazem porque se sentem culpados e querem se justificar para si mesmos ou para quem quer que seja, mas porque se percebem amados e não têm outra alternativa senão retribuir amando. As experiências de perdão que não resultam na busca do que é justo desmerecem o perdão e esvaziam sua grandeza e seu poder de curar. Perdoar é diferente de relevar. Perdoar é afirmar o amor sobre a justiça, sem jamais sacrificar o que é justo. O perdão coloca as coisas no lugar. E nos capacita a conviver com algumas coisas que jamais voltarão ao lugar de onde não deveriam ter saído. Sem perdão não existe amanhã…

Texto escrito por um pastor anônimo e editado por mim.

O silencioso amor que me cura…

Quando eu disse: O meu pé vacila; a tua benignidade, SENHOR, me susteve. (Sl. 94:18)

Nosso Deus mais do que ninguém, sabe como tratar cada um de nós. Ele conhece nossas fraquezas, nossas dores, e principalmente nossas necessidades, e não se lamenta por não suprir  tão logo cada uma delas. Podemos então nos perguntar: – Mas porque Deus hesitaria em suprir qualquer necessidade de seus servos?

Ah, esta é a pergunta que eu sempre me fiz… No entanto cada vez que dobro meus joelhos sussurando um vergonhoso: – Porque Senhor? da forma mais  doce e paterna o Seu silêncio sempre me falou muito mais do que eu precisava ouvir.

Então me resta enxugar as lágrimas e dizer-lhe: Te amo meu Jesus, o quanto meu miserável coração, for capaz de te amar!

Tenho vivido este “silêncio de amor” do Pai, e hoje encontrei este vídeo, que traduz mais sobre o que quero dizer. Pois sei que, de alguma forma, meus irmãos e irmãs também vivem o mesmo, pois somos tão amados. Jesus te ama!

Nosso Deus não falha, Ele tem sido Fiel, Ebenézer!!!

Obs: A palavra Ebenézer significa: Até aqui nos ajudou o Senhor! (1Samuel 7:12)